Corticoterapia de Cicatrizes

Quelóide
Quelóide, do grego kelh, tumor, e eidoz, forma, é uma cicatriz espessa e elevada, de superfície bocelada ou lisa e coloração variando entre cor de pele, avermelhado e hipercrômico. Distingue-se da cicatriz hipertrófica, no entanto, alguns autores consideram quelóide e cicatriz hipertrófica diferente estágio de um mesmo processo.

Apesar das várias modalidades, o tratamento de quelóides e cicatrizes hipertróficas ainda é um desafio. A literatura mostra que nenhum método isolado é totalmente eficaz e que a combinação dos métodos os torna mais efetivos. A escolha da terapêutica, portanto, deve ser baseada em criteriosa avaliação clínica, para que se possam obter benefícios, tendo em vista os possíveis danos provocados por métodos mal empregados.
cicatriz
Quando uma pessoa fica com uma cicatriz de aspecto desagradável, inestética, diz-se popularmente que esta pessoa tem "quelóide", seja por algum tipo de cirurgia, seja devido a seqüelas de traumatismos.

Mas isso nem sempre corresponde ao verdadeiro quelóide. 

Muitas vezes, pode ser cicatriz hipertrófica, alteração da pigmentação ou, então, alargamento e deiscência da cicatriz.
Saiba diferenciar quelóide de cicatriz hipertrófica de cicatriz normal:
  • A cicatriz hipertrófica é elevada, avermelhada, dolorosa, provoca coceira (prurido), não ultrapassa o limite inicial da cicatriz e, com o tempo, tende à regressão.
  • Os quelóides têm forma tumoral, causam dor e prurido, a cor é vermelha ou violácea, ultrapassam os limites laterais da cicatriz inicial e não tendem à regressão.
  • Na cicatriz normal madura há equilíbrio entre a síntese de colágeno e sua degradação. Já nas cicatrizes hipertróficas e quelóides, por fatores desconhecidos, ocorre aumento da síntese de colágeno ou deficiência da colagenase (enzima que degrada o colágeno).


São conhecidos vários fatores que influem no seu aparecimento: 
Raça: negros e amarelos são mais propensos que os caucasianos.
Hereditariedade: alguns grupos com acometimento severo têm história familiar positiva.
Idade: os jovens são mais susceptíveis do que os adultos, os idosos são pouco afetados.
Fatores locais: as regiões peitorais e ombros são mais comuns, mas é freqüente a coexistência, numa mesma região, de cicatrizes finas e quelóides. A tensão nas bordas da ferida, infecção e orientação em relação às linhas de força da pele também podem determinar o surgimento de cicatrizes patológicas.

O tratamento tem resultado variável, em função de não se conhecer a causa exata. 

Utilizam-se vários métodos, isolados ou combinados, com resultados variáveis como, por exemplo, cirurgia, compressão mecânica, radioterapia e corticoterapia. Este ultimo é que mais comumente utilizamos e se baseia na injeção intracicatricial de triancinolona (corticóide de potencia alta que age por aproximadamente 20 dias no local). Age inibindo a síntese protéica e alterando a solubilidade do colágeno, tornando-o mais susceptível à degradação. 

Podem ocorrer telangectasias (veias superficiais dilatadas), despigmentação e a injeção no tecido subcutâneo ou pele normal vizinha provoca atrofia destes tecidos. As injeções podem ser repetidas mensalmente. 

Os resultados são variáveis e estatisticamente alcançam por volta de 60 e 70% das expectativas da equipe e dos pacientes.
Dr. Sérgio Evangelista - Cirurgia Plástica no Mato Grosso

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