Peeling Químico
PEELING QUÍMICO NÍVEL MÉDIO

A palavra peeling vem do inglês que significa tirar a pele, descamar. Os peelings constituem uma forma acelerada de esfoliação induzida por diversos agentes, resultando na destruição controlada de porções da epiderme e/ou derme com subseqüente regeneração de novos tecidos.
Diferencia-se 3 camadas na pele:
- Epiderme (externa)
- Derme (intermediária)
- Hipoderme (interna)
A Epiderme é constituída de células epiteliais, dispostas em camadas, que, considerando o sentido de dentro para fora, recebem os seguintes nomes: germinativa ou basal, espinhosa, granulosa e córnea. É na camada germinativa onde se originam as células e vão pouco a pouco ganhando a superfície, durante este trajeto vão sofrendo modificações graduais em sua forma e composição química, até perderem o núcleo à nível da camada córnea e se descamarem naturalmente. Este deslocamento de células é constante e o ciclo completo ocorre em torno de duas semanas em pessoas jovens e cerca de trinta e cinco dias para aquelas pessoas de em torno de cinqüenta anos de idade.
A Derme é subdividida em duas camadas a papilar e a reticular, na derme encontramos uma grande quantidade de vasos (arteriais, venosos e linfáticos), nervos e terminações nervosas.
A Hipoderme é ricamente constituída de tecido gorduroso.
ALTERAÇÕES DA PELE PRODUZIDA PELOS PEELINGS
A descamação superficial das camadas mais externas ativa um mecanismo biológico que estimula a renovação e o crescimento celular resultando na aparência externa mais saudável e bonita, pelas alterações profundas na arquitetura celular tais como:
- hiperplasia dos queratócitos
- aumento da espessura da epiderme
- diminuição da quantidade de melanina depositada
- aumento na produção de fibras colágenas, na irrigação sangüínea e na compactação do estrato córneo.
Além dos fatores acima relacionados a dermoabrasão aumenta a permeabilidade cutânea, favorecendo a penetração de princípios ativos coadjuvantes no tratamento pós peeling necessários a reepitelização completa.
CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS
Os peelings podem ser classificados segundo:
O agente indutor da descamação:
Mecânicos - variam desde receitas caseiras como cristais de açúcar com fubá, lixas, cremes abrasivos com microesferas de material plástico aos aparelhos de microdermoabrasão por fluxo de cristais ou as lixas de ponta de diamante.
Físicos – Laser, gelo seco.
Químicos – uso de substância(s) química(s) isoladas ou combinadas no intuito de se obter o agente mais adequado a cada caso para graus variados de esfoliação.
A profundidade do peeling:
Superficial: da camada córnea até a derme papilar
Médio: da derme papilar até a derme reticular superior
Profundo: com ação na derme reticular média e profunda
As complicações dos peelings aumentam de acordo com a profundidade, portanto quanto mais profundo maior o risco das complicações; um peeling superficial é incapaz de causar hipo ou hiperpigmentação ou ainda cicatrizes, já os peelings profundos estas complicações podem ser observadas
ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA):
Os peelings com este tipo de ácido são excelentes para o tratamento da pele actinicamente danificada. Apresentam menor risco de complicações quando comparados aos peelings mais profundos como o de Fenol por criarem feridas que só atingem a derme superior. Por outro lado, devido a sua natureza mais superficial, não tem a mesma eficácia dos peelings de Fenol para melhorar cicatrizes e rugas profundas.
TCA
O TCA tornou-se o ácido preferido para os peelings químico de profundidade superficial e média. Parece que o TCA em concentrações de 50% ou superiores tem a possibilidade de criar mais cicatrizes do que outros agentes de peelings, usados em procedimentos de profundidade semelhante, por este motivo o TCA deve ser reservado à peelings de profundidade superficial e média.
As concentrações usuais variam de 10 a 40% em solução aquosa e pode ser aplicada com gaze ou cotonete evitando-se o pincel, quando a lesão tratada adquire cor branca (Frost) significa a precipitação das proteínas. Se neutraliza com solução alcalina. As sessões podem ser reiteradas a cada 30-40 dias.
O peeling de TCA pode ser feito isoladamente ou associado com outros agentes como o ácido glicólico e solução de Jessner. Estes agentes realizam um trabalho superficial, mas quando associados ao TCA a 30-35% transformam-no em um peeling profundo, evitando o uso do TCA a 50% que oferece grandes riscos de provocar cicatrizes.
Esta indicado nas seguintes situações:
- Melasmas
- Efélides
- Cicatrizes de acne
- Queratoses actínicas
- Hiperpigmentação pós-inflamatória
- Rugas finas
- Fotoenvelhecimento
CUIDADOS PÓS-PEELING
Durante as primeiras semanas:
- Aspergir água e colocar compressas frias em infusões de camomila sobre a área do peeling
- Hidratações semanais no consultório – que ajudará a retirar as crostas residuais, diminuir o edema e facilitar a reepitelização.
- Uso de hidratantes com filtros solar diariamente, renovando as aplicações várias vezes ao dia.
- Evitar expor-se a luz solar, lâmpadas fluorescentes ou mudanças bruscas de temperatura.
- No caso de hipersensibilidade ou prurido utilizar hidrocortisona 0,10% tópica.
- Após as primeiras 3 semanas: (De acordo com cada situação)
- Uso diário de gel ou creme com ácido glicólico em concentrações de 8 a 15% por vezes associados a despigmentantes (ác. fítico, hidroquinona) nas áreas com manchas, cicatrizes ou rugas residuais.
Após quatro a seis semanas:
- Tratar cicatrizes ou manchas residuais com um novo peeling localizado (retoque) ou através da prescrição de outros agentes esfoliantes de uso tópico.
Após a normalização da pele devemos instituir um tratamento diário tópico preventivo e de manutenção.
COMPLICAÇÕES DO PEELING QUÍMICO
Poderão ser mínimas através do preparo pré-peeling e recomendações pós-peeling, principalmente no tocante a fotoproteção.
Algumas complicações que poderão ocorrer:
- Hiperpigmentação pós-peeling (pós-inflamatória) – pela falta de cuidados com exposição solar nas primeiras semanas, para tratar esta situação deverá ser utilizado substâncias despigmentantes diariamente à noite e às vezes realização de um novo peeling de ácido glicólico.
- Queimaduras (pouco freqüentes, e mais observadas em peles muito foto envelhecidas ou peelings profundos, podendo gerar seqüelas hipocrômicas)
- Cicatrizes – Deve-se postergar ao máximo a retirada das crostas nos dez primeiros dias pós-peeling, evitando-se desta forma escoriações, feridas e conseqüentemente manchas ou cicatrizes. A crosta inicial protege nos primeiros dias a pele nova e só deve ser retirada pele médico nunca pelo próprio paciente ou por seus familiares.
- Dermatite de contato irritativa ou alérgica: prescrever antiinflamatórios tópicos a base de arnica, camomila ou Aloe vera, e nos casos mais intensos hidrocortisona 0,10%, raramente há necessidade de usar antibióticos.
- Infecção – pouco freqüente
- Linhas de demarcação.
- Eritema persistente